Em 1858, Guillaume Duchenne, neurologista francês, descreve o caso de um menino de 9 anos que perdeu a capacidade de andar devido a uma doença muscular.
Em 1868 refere-se à descrição de uma particular doença neuromuscular progressiva destrutiva afetando principalmente meninos, transmitida por herança genética onde a deterioração intelectual podia fazer parte da clínica.
Por um século a doença seria conhecida como uma distrofia. Depois da observação de Duchenne, essa condição seria conhecida e comumente chamada como Distrofia Muscular de Duchenne.
Outros médicos neurologistas pioneiros escreveram sobre este tipo de doença como o cirurgião escocês Charles Bell.
Edward Meryon também escreveu sobre a Distrofia Muscular de Duchenne, analisando texturas musculares de meninos afetados pela doença após a morte. Ele observou a destruição das fibras musculares, um fato que na época Duchenne não notou - erroneamente ele acreditava que a doença decorria de alterações no sistema nervoso. Ainda assim, a descrição de Duchenne foi a mais completa e a mais acurada até hoje. Sua invenção de um instrumento, atualmente conhecido como o "trocar" de Duchenne, para remoção de pequenas partes de tecido localizado profundamente no corpo, levou à pratica do diagnóstico via biópsia.
Duchenne também foi notável por ressaltar a importância de se estudar a doença em indivíduos vivos.
O neurologista inglês William Gowers, em 1879, ao observar o modo como os meninos afetados pela DMD levantavam, descreve o que hoje conhecemos como “Sinal de Gowers”.
A primeira localização regional de um lócus humano (o lugar específico que um gene se localiza no cromossomo) associado a uma doença, Distrofia Muscular de Duchenne na região Xp21, cujo gene é desconhecido foi feita em 1982 por estudos de ligação utilizando RFLP (Restriction Fragment Length Polymorphism - polimorfismo de comprimento de fragmentos de DNA, obtido através do tratamento do DNA com enzimas de restrição).
Em 1985 é feito o primeiro diagnóstico pré-natal, por RFLP, de uma doença cujo gene e a proteína são desconhecidos: Distrofia Muscular de Duchenne.
Em 1987, dois grupos de pesquisadores, um nos Estados Unidos e outro no Canadá, identificaram e isolaram o gene da DMD e DMB(distrofia muscular tipo Becker Com isso identificaram o produto que este gene codifica: uma proteína chamada Distrofina.
Links
www.bioetica.ufrgs.br/crogen.htm
www.distrofia-mexico.org/diadm/portuguesvertext.htm
www.wgate.com.br/conteudo/medicinaesaude/fisioterapia/neuro/duchenne.htm
Descrição
A distrofia muscular é uma das alterações genéticas mais comuns em todo o mundo. De cada 2.000 nascidos vivos, um é portador de algum tipo de distrofia muscular. Essa incidência supera a de doenças como o câncer infantil, que é de aproximadamente um para 4.500 nascidos, de acordo com o Inca – Instituto Nacional de Câncer.
Nos últimos anos, a expectativa de vida desses pacientes em países desenvolvidos passou de 20 a 25 anos para mais de 35 anos. No Brasil, só a concessão dos BiPAPs – aparelhos não-invasivos de respiração artificial – aumentou a expectativa de vida dos afetados pela Distrofia de Duchenne entre 12 a 15 anos. Já os afetados pelas formas mais brandas de distrofia podem ter uma vida praticamente normal se diagnosticados precocemente e tratados adequadamente.
Apesar das limitações físicas, a grande maioria dos afetados pelas distrofias musculares tem preservada sua capacidade intelectual. A maioria dos jovens afetados freqüenta escolas comuns e muitos chegam à universidade.
Os principais tipos de distrofia muscular
Mais de trinta formas diferentes de Distrofias Musculares já foram identificadas pelos Institutos de ciência que estudam os genes humanos. Com diferentes níveis de complexidade, todas atacam a musculatura. Entretanto, os músculos atingidos podem ser diferentes de acordo com o tipo de DMP.
Apesar da diversidade, os principais tipos são:
Distrofia Muscular de Duchenne – DMD:
Incidência: 1/3.500 nascimentos
Uma das mais comuns formas da doença, a DMD é também a mais severa. Acontece por um defeito no gene localizado no braço curto do no cromossomo X. A mulher tem dois cromossomos X: se um deles estiver afetado pelo defeito, o outro compensa a alteração e a doença não se manifesta, fazendo da mulher em questão uma portadora assintomática. Ela poderá, contudo, perpetuar a doença através de suas filhas.
O homem tem um cromossomo Y, herdado do pai, e um cromossomo X, que recebe da mãe. Se receber o cromossomo X materno defeituoso, ele não terá o X normal para contrabalançar e garantir o bom funcionamento do músculo. É quando a doença se manifesta. Por isso, a distrofia muscular atinge principalmente meninos (99% dos casos), numa incidência de 1 para 3.500 nascimentos.
É importante ressaltar que em 2/3 dos casos a mutação é adquirida da mãe e, em 1/3, ocorre um erro genético, uma mutação nova quando a criança foi gerada.
Sinais Clínicos:
Os sintomas da DMD podem ser observados entre os 3 e 5 anos de idade: quedas freqüentes, dificuldades para subir escadas, correr, levantar-se do chão.
Nessa última situação, o indivíduo afetado pelas DMD faz um movimento de rolamento do corpo, ajoelha-se, apoia-se no chão com a extensão dos dois antebraços e levanta-se com dificuldade após colocar as mãos sobre os joelhos. Esta manobra é conhecida como sinal de Gowers.
No início da doença apresentam também aumento do volume das panturrilhas, originado pela substituição das fibras musculares já necrosadas, por fibrose, aliado a infiltração de tecido adiposo – pseudo hipertrofia.
A fibrose também é a causa de retrações musculares, com encurtamentos de tendões. Assim, observa-se eqüinismo por retração do tendão de Aquiles e, num momento mais tardio, contraturas de joelhos, quadris, cotovelos, punhos e dedos.
A fraqueza muscular na região do tronco é responsável por escoliose progressiva de gravidade variável.
Os membros superiores são atingidos com a progressão da doença. Na adolescência, a fraqueza muscular progressiva pode impedir a criança de andar. Nesta fase o comprometimento do músculo cardíaco e da musculatura ventilatória já se manifestam.
Distrofia Muscular de Becker – DMB:
Incidência: 1/30.000 nascimentos masculinos.
Os sintomas e sinais da DMB são semelhantes aos da DMD. Com início mais tardio e evolução clínica mais lenta, o acometimento do músculo cardíaco em alguns indivíduos pode ser muito grande.
Distrofia Muscular do tipo Cinturas – DMC:
Incidência: 1/10.000 a 20.000 nascimentos de ambos os sexos.
A DMC inclui pelo menos 17 sub-tipos diferentes. Os músculos da cintura escapular (região dos ombros e dos braços) e da cintura pélvica ( região dos quadris e coxas) são atingidos levando à fraqueza muscular progressiva.
Os sintomas se iniciam com fraqueza nas pernas, dificuldades para subir escadas e levantar de cadeiras. Após um período, que pode ser bem prolongado, apresentam-se sintomas nos ombros e braços, como dificuldade para erguer objetos. O envolvimento do músculo cardíaco é infreqüente na maioria dos sub-tipos.
Distrofia Muscular de Steinert – DMS:
Incidência: 1/8.000 a 10.000 nascimentos de ambos os sexos.
A DMS é mais freqüente em jovens adultos e pode ocorrer em qualquer idade com diferentes graus de severidade.
Caracteriza-se principalmente por uma dificuldade no relaxamento muscular após uma contração e está associada com alterações em outros órgãos incluindo olhos, coração, sistema endócrino, sistema nervoso central e periférico, órgãos gastrointestinais, pele e osso.
Os indivíduos afetados pelas DMS costumam ter dificuldade para abrir as mãos ao soltar um objeto depois de segurá-lo com firmeza. Pode também causar fraqueza muscular e os afetados podem apresentar quedas de pálpebras, dificuldades em pronunciar palavras, catarata, calvície precoce e diabetes.A ordem dos músculos afetados é face, pescoço, mãos, antebraço e pés.A presença de arritmias cardíacas é importante causa de letalidade.
Distrofia Muscular Facio-Escápulo-Umeral – FSH:
Incidência: 1/20.000 nascimentos de ambos os sexos.
Atinge os músculos da face e da cintura escapular ( ombros e braços). O início dos sintomas ocorre normalmente entre os 10 a 25 anos de idade e o mais comum é o dormir de olho aberto. Fraqueza precoce dos músculos dos olhos (abrir e fechar)e da boca (sorrir, franzir, assobiar) são características da doença, assim como a fraqueza dos músculos que estabilizam a escápula.
A fraqueza do músculo trapézio faz com que a clavícula fique para fora, como uma asa.
O comprometimento da cintura pélvica e do pé é comum e a fraqueza da musculatura abdominal acentua a lordose lombar.
Comprometimento do bíceps e do trícipes poupando o deltóide e o antebraço na fase inicial dá ao membro superior a aparência do “braço do Popeye”.
O coração e outros músculos internos são poupados, com raras exceções. É raro o comprometimento dos músculos respiratórios, porém a deglutição pode ser comprometida..
Não há alteração da sobrevida pela doença.
Outras manifestações da FSH incluem perda da audição neurosensorial e anormalidades retinianas. Existem diferentes padrões na evolução da doença, que dependem do comprometimento inicial.
Na maioria dos casos, o comprometimento é leve e o paciente poderá andar e ter uma vida normal, mesmo com o aumento gradativo das dificuldades.
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3 comentários:
OLA, ESTAVA PROCURANDO ALGO SOBRE AS DOENÇAS MUSCULARES, ENCONTREI ESSA MATERIA. ESTOU NESSE MOMENTO MEIO DISISPERADO, POIS SOU PORTADOR DA FACIL ESCAPULO UMERAL, TENHO 35 ANOS, TINHA MINHA VIDA TOTALMENTE NORMAL ATE OS 22 ANOS QUANDO COMEÇOU ALGUMAS FRAQUESAS NO LEVANTAR PESO PELO BRAÇO DIREITO, MESMO ASSIM AINDA LEVEI MINHA VIDA NORMAL,ME CASEI EM 2001 E TIVEMOS UMA LINDA FILHA HOJE COM 6 ANOS E MUITO SALDAVEL...GRAÇAS A DEUS...MAIS EU JA ESTOU COM MUITAS DIFICULDADES,JA NAO CONSIGO E AGACHAR, SOBIR ESCADAS,QUANDO ME SENTO TEM MUITA DIFICULDADES PARA ME LEVANTAR, ANDO COMEDO DE CAIR. ESTOU ME DISISPERANDO QUANDO PENSO QUE ESSA DOENÇA NAO PARA...E NAO SEI ATE ONDE VOU CONSEGUIR... MAIS MESMO ASSIM TENTO LEVAR UMA VIDA NORMAL...NAO RECLAMO E NEM FALO COM MINHA ESPOSA....MAIS TENHO MUITO MEDO...GOSTARIA MUITO DE PODER LEVAR A MINHA FILHAS NOS LUGARES.... GOSTARIA MUITO DE SABER SE PELAS CELULAS TRONCO TENHO ALGUMA CHANCE..POR FAVOR SE ALGUEM DA AREA DA SAUDE OU LABORATORIOS QUE ESTÃO FAZENDO ESPERIENCIAS COM CELULAS TROCO ME AJUDE...GOSTARIA QUE TENTASSE COMIGO...POR FAVOR. STENIO_ROCHA@HOTMAIL.COM
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Ishi
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