segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Moluscos

Os moluscos (do latim molluscus, mole) constituem um grande filo de animais invertebrados, marinhos, de água doce e/ou terrestre, que compreende seres vivos como os caramujos, as ostras e as lulas.
Esses animais têm um corpo mole e não-segmentado, muitas vezes dividido em cabeça (com os órgãos dos sentidos), um pé muscular e um manto que protege uma parte do corpo e que muitas vezes secreta uma concha. A maioria dos moluscos é aquática, mas existem muitas formas terrestres como os caracóis.
O filo Mollusca é o segundo filo com a maior diversidade de espécies, depois dos Artrópodes (cerca de 50 000 espécies viventes e 35 000 espécies fósseis) e inclui uma variedade de animais muito familiares. O filo abrange formas tais como as ostras, as lulas, os polvos e os caramujos.
Os moluscos são variados e diversos, incluindo várias criaturas familiares conhecidas pelas suas conchas decorativas ou como marisco. Variam desde os pequenos caracóis até ao polvo e à lula (que são considerados os invertebrados mais inteligentes). A lula - gigante é possivelmente o maior invertebrado, e, excetuando as suas larvas e, para além de alguns espécimes jovens recentemente capturados, nunca foi observada viva. A lula - colossal poderá ser ainda maior.
Possuem um sistema digestivo completo (da boca ao ânus). Os gastrópodes e os cefalópodes apresentam uma estrutura chamada rádula, formada por dentículos quitinosos que raspam e trituram o alimento.
Os bivalves apresentam um estilete cristalino, responsável por colaborar na digestão ao libertar enzimas digestivas.
O sistema circulatório é aberto, com exceção dos cefalópodes, que exigem alta pressão, pois se locomoverem rapidamente.
Os moluscos também possuem uma grande importância nas cadeias alimentares, sendo detritívoros, consumidores de microrganismos, predadores de grandes presas (peixes, vermes...) e herbívoros (alimentando-se assim de algas e outras plantas).
BIVALVES
Bivalvia (do latim bi, duplicado + valva, porta de duas folhas, valva) anteriormente Pelecypoda e Lamellibranchia, é a classe do filo Mollusco que inclui os animais aquáticos popularmente conhecidos como bivalves. Estes organismos caracterizam-se pela presença de uma concha carbonata formada por duas valvas. Esta concha protege o corpo do molusco, entre elas há o pé muscular e os sifões inalantes e exalantes para a entrada e saída da água, que traz oxigênio, depois absorvido por difusão direta pelas lâminas branquiais, assim como alimento e também aumenta o risco de intoxicações, pois este tipo de alimentação é comum em animais fixos representando um grande risco caso a ostra e/ou marisco entre em contato com poluição. O grupo surgiu no Cambriano e é atualmente muito diversificado, com cerca de 15, 000 espécies. A separação das diferentes subclasses faz-se pelo tipo e estrutura das guelras nos organismos vivos, e pelas características das valvas nos bivalves fósseis. O mexilhão, a anêmona e o coquilhe são exemplos populares de bivalves que servem como alimento ao Homem. As ostras são também a origem das pérolas.
Morfologia da concha
A concha dos bivalves é em primeira análise semelhante à dos branquiopodes, uma vez que é constituída por duas valvas. A principal diferença reside no fato de, nos branquiópodes, as duas valvas serem desiguais (inequivalves), mas simétricas em relação a um plano médio imaginário. Pelo contrário, nos bivalves, as valvas são iguais, mas inequilaterais.
As duas valvas são unidas por ligamentos e músculos adutores. O ligamento, composto pelo resílio e tensílio, controla a abertura das valvas que se dão quando esta estrutura está em repouso. O bivalve fecha a concha através da contração dos músculos adutores, que podem ser um ou dois, conforme a espécie. A geometria e distribuição das cicatrizes dos músculos adutores no interior da valva é um critério importante na classificação dos bivalves atuais e fósseis. A zona mais antiga da valva é o umbo, uma saliência localizada na zona Antero - dorsal de cada valva, em torno da qual se dispõem linhas de crescimento radiais. Com esse conhecimento se torna possível classificar os diferentes tipos de bivalves.
GASTROPODES
Os gastrópodes (Gastrópode, do grego gaster, estômago + pous, podos, pé) constituem um grande classe de moluscos, sendo a mais bem sucedida dentro do seu filo. Conta com cerca de 60, 000 a 75, 000 espécies atuais que incluem os caracóis e lesmas terrestres, bem como um grande número de formas marinhas e de água doce. O registro fóssil dos gastrópodes é igualmente abundante.
A grande maioria dos gastrópodes tem o corpo protegido por uma concha, geralmente espiralada sobre o lado direito embora algumas formas, como as Lapas, tenham evoluído uma concha mais simples. Os gastrópodes apresentam uma cabeça bem marcada, munida de dois tentáculos quimiorreceptores e outros dois tentáculos fotorreceptores e uma boca com rádula. A cabeça encontra-se unida a um pé ventral musculado em forma de pala. O seu desenvolvimento embrionário caracteriza-se por torção da massa visceral, coberta pelo manto, que surge no adulto enrolada sobre um dos lados de forma a ser acomodada na concha. As lesmas têm uma concha apenas vestigial e, em conseqüência, os efeitos deste enrolamento são diminutos sendo o corpo linear.
O modo de alimentação dos gastrópodes é bastante variado e controla o tipo de rádula presente em cada espécie. Os gastrópodes herbívoros têm rádulas fortes que usam para raspar algas do substrato rochoso ou triturar folhas e caules. As formas detritívoras e filtradoras têm uma rádula simples ou ausente. Os gastrópodes carnívoros têm peças bucais sofisticadas e algumas formas, como os Conus, são predadores ativos que caçam pequenos peixes com uma espécie de arpão e existem relatos de morte de humanos devido à toxidade desses animais. Muitos dos gastrópodes marinhos têm modo de vida endobentónico, isto é, vivem enterrados no subsolo. Estas formas apresentam um sifão extensível que atua como um respirador, permitindo ao animal o contacto com a água carregada de oxigênio.
O sistema respiratório dos gastrópodes é igualmente variável consoante o modo de vida. As formas marinhas respiram através de brânquias, enquanto que as terrestres têm uma cavidade no manto muito vascularizada que toma a função de pulmão. Todos os gastrópodes terrestres pertencem à ordem Pulmonata, as outras formas são parafiléticas.
Algumas formas de gastrópodes marinhos são bastante coloridas, como forma de camuflagem, enquanto outras são bastante venenosas.
CEFALOPODOS
Os Cefalópodes (Cephalopoda, do grego kephale, cabeça + pous, podos, pé) são a classe de moluscos marinhos a que pertencem os polvos, as lulas e os chocos. Os cefalópodes, que estão entre os invertebrados mais inteligentes e mais rápidos apresentam o corpo dividido em cabeça, massa visceral e tentáculos. Conhecem-se cerca de 800 espécies atuais de cefalópodes.
Os cefalópodes apresentam um corpo com simetria bilateral, uma cabeça e olhos bem desenvolvidos, a boca redonda de um bico quitinoso e rodeada por uma biga de tentáculos, é também na boca que existe a característica mais marcante dos cefalópodes, a rádula (espécie de lixa).
São animais extremamente rápidos, tendo desenvolvido um sistema de propulsão na forma de jato-propulsão, que é uma adaptação dos sifões para auxiliar e aumentar a locomoção. A pele contém células pigmentadas, chamadas cromatóforos, que muda de cor para efeitos de comunicação e camuflagem, esta mudança de cores é dada por ações nervosas diretas. Os estatocistos são os órgãos de equilíbrio uma adaptação trazida dos platelmintos.A concha está ausente nos polvos, é interna nos chocos e lulas e é externa no nautilus e no argonauta. As lulas e polvos apresentam a chamada "glândula de tinta". Quando o animal é atacado, ele elimina o conteúdo preto da glândula, que o envolve em uma nuvem escura e lhe permite fugir do inimigo. Esta tinta é o famoso nanquim legítimo dos pintores chineses.

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